terça-feira, 28 de abril de 2009

Cai o pano...



Passados alguns meses sobre aquela desafiante aula de Português, onde, sem qualquer receio, As Borregas aceitaram esta longa maratona de criatividade, que o nosso blogue foi aos poucos ganhando forma... Ao início, ainda num ambiente de descontracção, os nosItálicosos encontros eram bastante divertidos e sem grandes preocupações. Mas, aos poucos, com o passar do tempo, este projecto foi se expandindo! Podemos mesmo dizer que, para nós, a pressão dos prazos foi bastante propícia, visto que foi na recta final que As Borregas se empenharam mais e mais, para trespassar para cada uma das imagens, para cada linha escrita ou para qualquer vídeo produzido, toda a inspiração que a história de Pedro & Inês lhes provocou...


Assim, para além de termos alargado o nosso leque de conhecimentos sobre este mítico Romance, adquirimos outros aspectos históricos envolventes que nos ajudarão para a nossa formação... Contudo, aquilo que de mais rico guardamos são, sem dúvida, todos os momentos passados juntas, onde cada sorriso proporcionou uma imagem, onde cada troca de ideias passou para qualquer texto ou mesmo onde cada brincadeira nos guiou até à imaginação que deu azo a este blogue e a todo o seu conteúdo!


Por fim, resta-nos reconhecer o nome de algumas pessoas que nos ajudaram incessantemente a desenvolver este trabalho sem cuja ajuda este resultado final não seria possível. Eis as nossas ajudas e colaborações: as nossas famílias e amigos próximos que atentamente nos acompanharam; Ana Teodoro, Ricardo Teodoro e Rita Marcelino que nos ajudaram a desenvolver algumas tarefas; Ivo Cosme que se revelou fundamental em toda a parte informática; o CISE (Centro de Interpretação da Serra da Estrela) que serviu de cenário da “nossa história” e que nos recebeu com uma enorme simpatia; à professora Mª dos Anjos Poeira por todas as dicas fundamentais e tempo dispensado; e, como os últimos são os primeiros, à professora Manuela Silva que se revelou disponível em qualquer momento, sendo uma preciosa ajuda para “esta história”... A todos eles e aos nossos seguidores e comentadores um grande Bem-haja!


Resta dizer que foi para nós um privilégio desenvolver este blogue e que certamente vai permanecer como legado para a nossa vida futura, inspirando-nos no dia-a-dia...


Parabéns à iniciativa conjunta do Plano Nacional de Leitura e à Fundação Inês de Castro, por neste momento estarem a despertar nas Borregas um fiozinho de nostalgia neste último post...



A música esmorece, o eco dos aplausos ressoa pelas paredes. O cheiro do teatro, o estalar da madeira do palco e a adrenalina da multidão fazem-se sentir pela última vez. Chegou a altura do adeus.


Lançam um último olhar sobre a plateia, enquanto a cortina vermelho sangue começa a ser corrida. A luz dos projectores não permite vislumbrar mais do que sombras, mas elas sabem que, para lá do palco, há muito, muito mais.


Toda a gente conhece o fim. Não deixam, no entanto, de se surpreender pela rara beleza dos vários momentos que antecedem o tão fatídico cair da cortina. Uma noite que pode durar uma (ou até muitas) vidas.


Toda a gente se começa a levantar, num burburinho tão típico de final de tudo. Pegam nas suas coisas e começam a abandonar o teatro. Levam consigo, porém, uma parte dele, deste drama, desta magia. Da sua própria história. Algo que, mesmo depois dos aplausos, do brilho cessarem, nunca os vai deixar.


As portas são fechadas.


A luz ténue apaga-se.


Uma lágrima atinge o chão de madeira.


No palco, uma Rainha coroada depois de morta e um príncipe justiceiro abraçam-se numa perfeita harmonia de sentidos. Ainda não acabou. Nunca irá acabar.


O pano, finalmente, cai...

domingo, 26 de abril de 2009

Coimbra - O pano de fundo deste amor...

COIMBRA





Coimbra é uma lição

De sonho e tradição

O lente é uma canção

E a lua a faculdade

O livro é uma mulher

Só passa quem souber

E aprende-se a dizer saudade


Coimbra do choupal

Ainda és capital

Do amor em Portugal, ainda

Coimbra onde uma vez

Com lágrimas se fez

A história dessa Inês tão linda


Coimbra das canções

Tão meiga que nos pões

Os nossos corações, a nu...

Coimbra dos doutores

Para nós os seus cantores

A fonte dos amores és tu.


A letra da música que está a tocar no nosso blogue...


Esta letra faz referência ao amor de Pedro e Ines, e sobretudo, refere-se à cidade de Coimbra, pano de fundo de longos momentos de amor entre este belo casal...

Na voz da Amália e com composição de José Maria Galhardo e Raúl Ferrão, a música é Coimbra...

Pedro & Inês - Um amor para lá da morte...

Mesmo depois da morte de Inês de Castro, o amor de D. Pedro revelou-se incondicional, visto que este de tudo fez para honrar o seu nome, coroando-a rainha depois de morta.
Como sabemos, a relação foi condenada pelo pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV, condenando à morte, em 1355, D. Inês, por alegada traição ao reino.

Então, após subir ao trono, D. Pedro I levou a cabo a missão de vingança, condenando com violência todos os culpados e envolvidos na morte da sua amada. Após ter saciado a sua ânsia de dignificar a imagem da sua amada, D. Pedro ordenou a trasladação do corpo de Inês, da campa modesta no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde se encontrava, para um túmulo de pedra que mandou colocar no Mosteiro de Alcobaça, constituindo hoje uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média, no País.

Mais tarde, D. Pedro I mandou esculpir outro monumento semelhante ao de D. Inês de Castro, que seria colocado em frente do da sua amada, para que após a sua morte permanecesse eternamente ao lado do seu grande amor.

O Rei determinou, no seu testamento, que, aquando da sua morte, os túmulos deveriam ser colocados de modo a que no dia do juízo final, quando os dois apaixonados ressuscitassem, se olhassem olhos nos olhos.



D. Inês de Castro e D. Madalena de Vilhena - O que têm em comum?

Na obra Frei Luís de Sousa, de Almeida Garret, estabelece-se um paralelismo entre a personagem principal desta obra: D. Madalena de Vilhena e a personagem principal do nosso blogue: D. Inês de Castro. Esta relação é feita no Acto Primeiro, na Cena I, com o monólogo de D. Madalena, mais precisamente, numa reflexão a propósito do canto III da obra Os Lusíadas de Luís de Camões, onde são abordados os amores de D. Pedro e D. Inês de Castro.

Assim, Garret recorreu à mítica figura de Inês de Castro para evidenciar a densidade psicológica de D. Madalena, visto que o amor trágico e infeliz que surgiu entre o mítico casal é associado ao amor de D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho, através de uma auto-reflexão da própria D. Madalena.

Tanto D. Madalena como Inês de Castro caíram no erro de se deixar encantar, chegando mesmo a apaixonar-se por “homens proibidos”. No entanto, podemos concluir que a situação é mais angustiante para D. Madalena do que para D. Inês, pois a primeira tinha consciência da situação e vivia feliz, enquanto que D. Madalena ansiava pela felicidade, ainda que fosse de curta duração.

Como vemos, mais uma vez a lendária história de amor entre Pedro e Inês serve de inspiração para se contarem outras tantas histórias de amores de perdição...

sábado, 25 de abril de 2009

Inês de Castro pelo mundo...

Como todas as grandes histórias, também o amor entre Inês e D. Pedro não poderia ficar esquecido, remetido apenas aos portões da saudosa quinta de Coimbra… Esta história tem vindo a ser divulgada, como pudemos verificar, durante o processo de criação deste blog, através da Literatura, Cinema, Música, etc. e, dessa forma, é actualmente conhecida por várias culturas por esse mundo fora.

Começamos pela nossa vizinha Espanha. Obviamente, sendo a principal protagonista e vítima deste romance originária desse lado da fronteira, o romance entre Inês e Pedro teve (e tem ainda) repercussões por entre os espanhóis.

Também aos países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa – Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) chegou esta história através do inevitável Luís de Camões e da sua obra “Os Lusíadas”. É de destacar o Brasil, país no qual todos os alunos contactam com “Os Lusíadas” durante o seu percurso escolar, tomando assim conhecimento desta mancha sangrenta na longa História de Portugal.

Pode constatar-se o choque com que o drama é recebido por todos os que dele tomam conhecimento, pois a memória da inocente e apaixonada dama, morta tão cruel e cobardemente, nunca deixará os nossos corações.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Quinta das Lágrimas - Um cenário ideal






Na margem direita do rio Mondego, situada nas proximidades do Portugal dos Pequeninos, cuja origem se perde nos séculos, existe um espaço chamado Quinta das Lágrimas.
Esta Quinta é considerada um dos espaços mais magníficos que o nosso país possui.
A Quinta das Lágrimas é preenchida por meras imaginações, lendas, devido à existência de uma mistura de sentimentos e emoções inexplicáveis, uma vez que, como dita a lenda, foi aqui que se deu o fim de uma das histórias mais românticas que algum dia existiu em Portugal e no Mundo.
Nesta Quinta existem duas nascentes que foram compradas pela Rainha Isabel de Aragão para abastecer de água o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e o Paço Real.
Recentemente foi criado um novo Jardim, denominado Jardim Medieval, em homenagem aos amores de Pedro e Inês.
Por entre jardins, folhas espalhadas, árvores com mais de cem anos, surge uma simples fonte, onde tudo parecia igual, mas uma pequena marca avermelhada faz toda a diferença, diferença esta capaz de explicar o fim de um amor invejável por todos. Esta fonte denomina-se Fonte das Lágrimas e foi aqui q
ue se deu a morte de Inês de Castro, uma fidalga galega, que era de dama de companhia de D. Constança, esposa de D. Pedro.
D. Pedro sempre fora apaixonado por Inês de Castro, sendo considerado um amor proibido, mas, como os ditados populares dizem: “O fruto proibido é o mais apetecido”, ou seja, D. Pedro, mesmo casado com D. Constança, sempre que podia, procurava Inês, pois o seu sentimento falava mais alto.
D. Afonso IV, não concordando com o sentimento que o seu filho tinha pela fidalga galega Inês, decretou que a matassem, com o objectivo de pôr fim a este amor secreto uma vez que tinha receio que este romance pudesse vir a pôr em causa a independência de Portugal. Foi então que, quando menos se esperava, os algozes do rei a apunhalaram pelas costas, fazendo com que o seu sangue se derramasse pelas rochas que formavam a simples fonte das lágrimas.
É este um dos motivos pelos quais os visitantes consideram a Quinta das Lágrimas um lugar magnífico, que para além da sua beleza natural está recheado de história e de sentimentos que jamais serão esquecidos.

As Borregas interpretando o Romance

O cenário desta história de amor...

Portugal no séc. XIV


Portugal no século XIV viveu tempos muitos difíceis… Estes tempos difíceis são caracterizados por uma forte crise nos diversos âmbitos existentes, ou seja, na descendência ao trono, na economia e na sociedade.
Esta forte crise, nos mais importantes alicerces de um país, foi causada por diversas razões.
No âmbito da política, houve um grande problema de ascensão ao trono porque não havia sucessor, isto é, houve uma crise de sucessão.
D. Pedro I casou com D. Constança de Castela em 1339. Deste casamento nasceram três filhos: Luís de Portugal (morreu apenas com 9 dias de vida), Maria de Portugal (morreu com 25 anos) e D. Fernando I, futuro rei de Portugal. D. Pedro I, após a morte de D. Constança, casou-se, secretamente, com D. Inês de Castro, de quem teve quatro filhos: Afonso de Portugal, Beatriz, Princesa de Portugal, João, Príncipe de Portugal e Dinis, Infante de Portugal. Depois da trágica morte da sua eterna amada, o Justiceiro teve ainda outro relacionamento, com Te
resa Lourenço, do qual resultou um filho: D. João I – Mestre de Aviz.
Após a morte do seu pai, D. Fernando I subiu ao trono. Casou-se em 1372 com D. Leonor Teles, de quem teve três filhos: D. Beatriz de Portugal (pretendente ao trono), D. Pedro de Portugal (morreu muito jovem) e D. Afonso de Portugal (morreu com apenas quatro dias de vida). D. Fernando I casou a sua única filha com o D. João I de Castela. Poucos meses depois, D. Fernando morre e deixa um grave problema, isto é, Portugal fica sob a alçada dos reis de Espanha. Pouco tempo depois, D. Leonor Teles mandou aclamar D
. Beatriz como Rainha de Portugal.
Com este acontecimento originaram-se grandes movimentos populares, um dos quais liderado por Álvaro Pais e o Mestre de Aviz (filho ilegítimo de D. Pedro I).
Com esta crise de descendência, criaram-se grupos de confronto: D. Leonor Teles tinha o apoio da nobreza e do clero português e espanhol; D. João, Mestre de Aviz, tinha o apoio dos camponeses e uma parte do clero e da nobreza. É em sequência desta situação que, no dia 14 de Agosto de 1385, se deu a Batalha de Aljubarrota (a independência de Portugal), onde o povo português saiu vitorioso. Com esta vitória, D. João I, Mestre de Aviz, foi aclamado rei de Portugal.
A crise económica, em Portugal, foi provocada, essencialmente, por duas razões: os maus anos agrícolas (invernos muito chuvosos, fracas colheitas de cereais, falta de alimentos) e a guerra entre Portugal e Espanha.
A crise social veio agravar mais a situação. Em sequência dos maus anos agrícolas, os preços dos produtos aumentaram e os impostos aumentaram, logo, o povo estava muito descontente.
O povo português vivia sem quaisquer condições, ou seja, não tinha água canalizada, não havia esgotos, havia uma grande quantidade de lixo nas ruas, havia muitos ratos, havia uma falta de higiene muito considerável e a havia muita fome (derivada aos maus anos agrícolas), logo, havia uma inclinação para a proliferação de doenças contagiosas. Esta falta de higiene provocou, em 1348, a primeira aparição da Peste Negra em Portugal.

Outros olhares sobre este Romance...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Um olhar artístico sobre Pedro e Inês

Depois de tantas visões sobre esta história, aqui vai a das Borregas, sobre a forma de desenho dos apaixonados Pedro e Inês...



Desenhado por: Tatiana Cruz

Pedro & Inês na grande tela...


Mais uma vez "As Borregas" decidiram fazer um levantamento sobre os protagonistas do nosso blogue: Pedro & Inês, mas desta foi a vez da grande tela...Fiquem por isso com uma listagem de algumas obras cinematográficas que melhor retratam este romance épico!

“ Dona Inês de Castro”

Realizador: Eduardo Leite
Ano: 1909
Produtora: Photo - Cinematographica Brasileira
Actores: M. Angélico; Eduardo Arouca; João Barbosa; Luiz Bastos; Romeu Bastos; Elvira Castro; Pilar de Bastos; Antonieta de Oliveira; Regina Ferreira; Eduardo Leite; Franklin Rocha...


” Inês de Castro”

Realizador: Leitão de Barros
Ano: 1945
Produtora: Faro Filmes e Filmes Lumiar
Actores Portugueses: António Vilar; Erico Braga; Raul de Carvalho; Alfredo Runas; João Villaret...
Actores Espanhóis: Maria Dolores Pradera; Alicia Palácios...

« A 9 de Maio de 1945, estreava no S. Luís aquela que seria a mais importante das co-produções com Espanha. Este filme “Inês de Castro” constitui um sucesso de bilheteira e de crítica, tanto em Espanha como em Portugal. Aliás, em Espanha este filme foi classificado como sendo de interesse nacional. Foram realizadas duas versões, uma para Espanha e outra para Portugal, este filme constituiu um marco nas relações cinematográficas de ambos os países»

Para ver o filme clique aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=U7X0Ov9sCNk


“Inês de Portugal”

Realizador: José Carlos de Oliveira
Ano: 1997
Produtora: Lusomundo Audiovisuais, SA
Actores: Carlos Cabral; Cristina Homem de Mello; Heitor Lourenço; José Carlos de Oliveira; Ruy de Carvalho...

«O tratamento dramático dos elementos que deram origem ao mito, trazem uma nova dimensão às personagens deste drama. Inês de Castro uma mulher profundamente apaixonada por D. Pedro. Mas que tem um plano político e a inteligência e determinação para o aplicar. Até a morte brutal que o interesse do Reino lhe impõe. D. Pedro, após viver a paixão com Inês, não mais perdoará a quem lha tirou. Governará obcecado pela vingança, pairando entre o mel das memórias e a dor da eterna, definitiva ausência da sua grande paixão. Até à vingança final, efémera.»

domingo, 19 de abril de 2009

Entrevista virtual a D. Pedro e D. Inês - EXCLUSIVO

Várias versões se contam sobre a história de D. Pedro e Inês de Castro... serão apenas mitos? Mentiras inventadas pelos populares ao longo dos séculos?
"As Borregas" descobriram a verdade numa entrevista EXCLUSIVA com o casal do momento!


“As Borregas” - D. Inês de Castro as suas origens são em Castela e, ao que parece, bastante humildes... Alguma vez imaginou estar a viver uma relação com um dos homens mais importantes do reino?

Inês de Castro – Como calculam, estou bastante feliz, estou radiante... Num dos melhores momentos da minha vida... Tenho uma relação estável com D. Pedro que me faz sentir uma das mulheres mais completas do mundo e tenho dois filhos lindíssimos! E para responder à vossa pergunta, obviamente que todos sonhamos com a felicidade, mas nunca imaginei vivenciar o que sinto neste momento!

“As Borregas” – É reconfortante ouvir estas palavras da sua amada, que tanta gratidão espelham?

D. Pedro – (risos) Eu estou ainda mais feliz depois de ouvir estas palavras da minha bela Inês. E para retribuir também posso dizer que a Inês foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida! De facto, estamos a viver uma linda história de amor!

“As Borregas” – Para viverem este pleno momento de felicidade, como já os dois relataram, tiveram que ultrapassar alguns obstáculos... Pois, não foi, na primeira vez que se viram, que o romance surgiu...

D. Pedro – Faço questão de ser eu a responder... E, para que fique esclarecido, desde a primeira vez que vi Inês, na altura, aia de minha esposa D. Constança, fiquei encantado com os seus olhos verdes carregados de uma melancolia tão apaixonante... E depois desse momento, nos nossos vários encontros clandestinos, essa paixão foi-se consolidando, até chegar aos dias de hoje. Com a trágica morte de minha antiga mulher, posso dizer que, apesar da tristeza que me invadiu, foi reconfortante poder assumir o romance que tinha com Inês. E, embora com algum receio, foi isso que fiz! Como é óbvio, nem todos o viram com bons olhos...

“As Borregas” – Está a referir-se a alguém em particular? Ao seu pai?

D. Pedro – Também, mas não só... Como sabem, Inês de Castro não tem sangue real... Logo, não é muito bem aceite... Mas, com o nosso amor, estamos dispostos a enfrentar todas as barreiras que se opuserem! E vamos ser capazes, pois uma história como a nossa não poderá ser destruída...

“As Borregas” – D. Inês, vemos que tem aqui um justiceiro capaz de fazer por si tudo que lhe trouxer felicidade... Qual seria a melhor prova de amor que D. Pedro lhe podia dar?

Inês de Castro – Só se pedem provas quando há necessidade de confirmar algo... Neste caso, não preciso que Pedro confirme o amor que tem por mim, pois ele mostra-o todos os dias nos seus gestos, nas suas palavras... Contudo, gostava que Pedro jamais me esquecesse, que fosse uma história eterna!

“As Borregas” – Não tem receio que algo de ameaçador aconteça consigo, uma vez que não é uma pessoa muito bem vista entre a corte?

Inês de Castro – Há sempre receio quando se enfrentam as pessoas... E, obviamente que, quando decidimos assumir a nossa história, tivemos que pensar em todas as consequências. E quando o fizemos, concordámos que estaríamos dispostos e preparados para as arcar... Daí que Pedro me tenha prometido que jamais deixaria que algo de mau acontecesse! Ele é um homem muito justo.

“As Borregas” - Ao longo desta entrevista é notório que estão mais felizes do que nunca... Pode dizer-se que o símbolo máximo desta felicidade são os vossos filhos?

D. Pedro – Sim, os nossos lindos filhos foram um enorme presente e são o fruto da nossa paixão... Só eles podem ser o reflexo da nossa história...Amo-os muito!

“As Borregas”Para terminar esta agradável conversa... Como gostavam de ser recordados daqui a muito tempo?

Inês de Castro – Bem, essa é uma pergunta bastante difícil... Pois, é muito difícil imaginar qualquer coisa que aconteça no futuro. Mas eu gostava muito que a nossa história permanecesse por muito tempo como um lindo romance que enfrentou muitos obstáculos para o ser...

D. Pedro – Eu diria mais... Espero que daqui a muitos anos, eu seja recordado como um rei justo, que lutou e conquistou o amor de Inês. Escrevendo, assim, uma página na história de um rei capaz de enfrentar tudo apenas pelo reconfortante amor da sua amada! Desejo também que a nossa história inspire muitos corações apaixonados, ajudando-os a assumir o seu amor...

Obrigada Pedro e Inês, pelo vosso esclarecedor depoimento. Foi fantástico poder descobrir a verdade por detrás da teia de intriga e ciúme que rodeia a vossa história e esperamos que, tal como disseram, ela inspire muitos corações por esse mundo fora. Obrigada uma vez mais... e boa sorte!

sábado, 18 de abril de 2009

Inês de Castro e D.Pedro na Literatura - Drama

DRAMA
  • Tragédia:
  • " Linda Inês ou o Grande Desvairo " de Armando Martins Janeira

«Uma lenda antiga numa forma moderna, para ser amada pelos homens livres do meu tempo e dos tempos assombrosos que vão nascer.»

  • "A Castro " de Júlio Dantas
  • "A Castro" de António Ferreira

  • " A Nova Castro" de João Baptista Gomes Júnior

  • "La Reine Morte" de Henri de Montherlant


  • Teatro:

  • " Inês de Castro" de Gondim da Fonseca

  • " L´Inês de Camões " de Adrien Roig

  • "Pedro o Cru"de António Patrício

  • Ópera:

  • " Inês de Castro” de Carl Maria Friedrich Ernst von Weber

  • "Inês de Portugal" de Julien Duchesne


«Ignez de Castro, morta, foi Rainha!Desenterrada, a dama, com respeito,Levantada ao trono, já não tinhaO forte amor, que alguém quis ver desfeito…»



Depois desta extensa lista em que demos a conhecer diferentes olhares de muitos autores, esperamos que esta história continue a inspirar muitos corações apaixonados e que se continue a escrever nos mais diversos estilos para que este lindo romance não se perca, permanecendo por muitas gerações!

Inês de Castro e D.Pedro na Literatura - Poesia

POESIA
  • "Inês de Castro" de Luís de Camões - Episódio extraído do terceiro canto do poema épico " Os Lusíadas "

«Estavas, linda Inês, posta em sossego,/De teus anos colhendo doce fruto,/Naquele engano da alma, ledo e cego,/Que a fortuna não deixa durar muito,/Nos saudosos campos do Mondego,/De teus fermosos olhos nunca enxuto,/Aos montes ensinando e às ervinhas/O nome que no peito escrito tinhas.»

  • "Inês*Pedro*Amor*Paixão" de Cristina Vieira, Jorge Casimiro, Jorge Castro, Júlia Lello, Lurdes Mendes da Costa, Marta David, Pedro Laranjeira, Pedro Mota, Policarpo Nóbrega

«Tão profundo amor e clandestino/de todos sabido afinal como convém/do pai que é rei não lhe trava o Pedro a mão/nem ao avô sentido a bruteza desfalece/e o sangue vem no enlace do romance/perturbar um país já perturbado/inspirar se calhar um outro fado…»

  • "Cancioneiro Geral - Trovas à Morte de Inês de Castro" - de Garcia Resende

«Eu era moça, menina, /por nome Dona Inês /de Castro, e de tal doutrina /e virtudes, qu’era dina /de meu mal ser ao revés. /Vivia sem me lembrar /que paixão podia dar /nem dá-la ninguém a mim: /foi-m’o príncipe olhar, /por seu nojo e minha fim.»

  • "Cantata à morte de Inês de Castro" de Bocage

«Da miseranda Inês o caso triste/Nos tristes sons, que a mágoa desafina,/Envia o terno Elmano à terna Ulina,/Em cujos olhos seu prazer consiste. /Paixão, que, se a sentir, não lhe resiste/Nem nos brutos sertões alma ferina,/Beleza funestou quase divina,/De que a memória em lágrimas existe…»

Inês de Castro e D.Pedro na Literatura - Prosa

O romance trágico de D. Inês e D. Pedro tem vindo a disseminar-se pelo mundo e a inspirar vários autores, portugueses e não só, a retratá-la, sendo já considerada uma das maiores histórias de amor já contadas. Fizemos, por isso, uma listagem das várias obras que, nos três estilos literários, fazem menção aos dois amantes, passando um pouco pelos diversos pontos de vista dos autores que se dedicaram a uma das mais belas história de amor da Humanidade.
PROSA
  • "Adivinhas de Pedro e Inês " de Agustina Bessa Luís

«Fui há muitos anos à Quinta das Lágrimas, onde se diz que Inês foi morta. Lembro-me que se transpunha o rio atravessando uma ponte de madeira cujas tábuas gemiam e ba­loiçavam.»

  • "Inês de Castro" de Maria Leonor Machado de Sousa

  • "Inês de Castro na Literatura Portuguesa" de Maria Leonor Machado de Sousa

  • " O casamento válido de D. Inês de Castro" de Sérgio Augusto da Silva Pinto

  • " Linda Inês " de Rocha Martins
  • "Inês de Portugal" de João Aguiar

«Porque eles estavam presentes em Santa Clara, quando foi pronunciada a sentença, e isso basta para valer-lhes o ódio mortal do Infante.»

  • "A rainha morta e o rei saudade: o amor de Pedro e Inês de Castro" de António Cândido Franco

«Inês, por seu lado, começou por viver esse período a medo. Não percebia muito bem o que acontecera no átrio com o infante nem o que estava a acontecer depois, mas ainda assim pressentia por ali um vendaval perigoso, que a amedrontava e atraía.»

  • "Inês de Castro" de Maria Pilar Queralt del Hierro

  • "Inês de Castro" de Faustino da Fonseca
  • "Inês de Castro – A Estalagem dos Assombros" de Seomara da Veiga Ferreira

  • "O Amor Infinito de Pedro e Inês" de Luís Rosa

  • "A Rainha Crucificada" de Gilbert Sinoué

«Os amantes não podiam viver um sem o outro, nem morrer um sem o outro. Separados, não era a vida, nem a morte, era a vida e morte em simultâneo.»

  • "D. Pedro I o Justiceiro" de Ana Oon
« Amo-te Inês! Não suporto mais esconder o que sinto por ti!»
  • " A Trança de Inês" de Rosa Lobato de Faria

«Assim as mulheres passam umas às outras a sua teia ancestral de seduções, subentendidos, receitas que hão de prender os homens pela gula, a luxúria, a preguiça e todos os pecados capitais, é por isso que elas nunca querem os santos, os que não se deixam tentar, os que resistem à mesa, à indolência, à cama, à feitiçaria dos temperos, ao sortilégio das carícias, à bruxaria das intrigas.»

  • "O Amor de Pedro e Inês" de Vanda Furtado Marques e Susana Silva

  • "Inês de Castro" de Victor Hugo

  • "Linda Ignez" de Rocha Martins e Rita Ferro

  • "Uma Aventura na Quinta das Lágrimas" de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

«-Resolveste armar-te em poeta ou não acreditas na história da mancha vermelha?- perguntou o Pedro.- Acredito e não acredito. Quer dizer, apetece-me acreditar...»

  • "Lenda e história de Inês de Castro" de António Vasconcelos

  • "Colo de Garça Formosa Inês de Castro” de Mário Nunes

  • "Dom Pedro I e Inês de Castro" de Mário Cláudio

  • "Memória de Inês de Castro" de António Cândido Franco

  • "Antologia Poética Inês de Castro" de Maria Leonor Machado de Sousa
  • "Mas pesa El-rey que la sangue, Reinar despues de morir" de Velez de Guevara

Fundação Inês de Castro - Um trabalho inspirador...


A Fundação Inês de Castro tem como data de criação o dia 7 de Junho de 2005, uma vez que foi neste trágico dia que Inês de Castro foi morta, celebrando-se assim 650 anos sobre este triste acontecimento.
A Fundação tem sede na saudosista Quinta das Lágrimas (Coimbra), também para relembrar os momentos românticos entre Inês de Castro e o seu amado Pedro, possuindo assim grande parte do espaço envolvente, tais como: jardins, matas, locais históricos... tudo a fim de mostrar o que de mais belo teve esta linda história de amor.
Esta fundação tem como principal objectivo a divulgação deste romance que apaixona todos os mortais, em qualquer área, seja na Arte, na Cultura ou na História. Como tal, proporciona a promoção e o apoio de estudos ou outras actividades referentes à encantadora figura de Inês de Castro e a toda a época referente à sua vida.
É de assinalar e louvar projectos como este, pois é fundamental recuperar toda a nossa História passada e transformá-la num presente dinâmico, onde todos possamos interagir. Assim, caso a Fundação Inês de Castro não tivesse desenvolvido este brioso trabalho, podemos dizer que o nosso blogue não existiria, uma vez que a nossa grande meta é catapultar esta história para a vida de todas as pessoas, inspirando-as no seu dia-a-dia e levando-as a adaptar estes conhecimentos à sua vivência pessoal...

sábado, 11 de abril de 2009

D. Pedro - O Justiceiro (Breve Biografia)


D. Pedro, o aclamado Justiceiro português. Adorado pelas multidões, apelidado, por uns, de cruel, e por outros de apenas “justo”. Uma figura bastante controversa da História. Submetido durante anos ao mando seu pai, com quem o choque de personalidades era evidente, Pedro encontrava na mãe um refúgio. Sempre interessado nas artes, com uma personalidade romântica e idealista, Pedro é descrito como um homem bonito, forte, um bom marido mesmo perante o seu amor indisfarçável por Inês. Um pouco impulsivo, sempre pronto a lutar pelos seus ideais, pode ainda caracterizar-se pela sua inocência, por assim dizer, por acreditar que a cedência àquilo que por vezes não passam de caprichos pode resultar em algo de bom para si e para o seu país. É um pouco ingénuo, não tendo em consideração os seus deveres e lutando por sonhos e sentimentos, muitas vezes vãos.
Esta personagem da História portuguesa destaca-se ainda pelo seu carácter lutador, inconformista e crítico, pela sua capacidade de distanciamento face ao Vaticano e pela boa administração que deu ao Reino de Portugal, defendendo as camadas menos favorecidas da população. O seu nome, incontornavelmente ligado ao de D. Inês de Castro, é associado a esta história de amor, e elevado ao de um herói romântico, capaz de tudo para vingar a sua amada. Será, no entanto, que o que unia Pedro e Inês era o tão mítico amor eterno e para além da morte? Ou seria apenas luxúria, um desejo de contrariar o pai, por parte de um jovem inconsequente que buscava afirmar-se? Nunca o saberemos, mas, talvez porque nos convenha mais, ou talvez para que a veia romântica que persiste em todos nós não se perca, vamos acreditar na hipótese do grande amor. Só assim este blog, este projecto e toda esta forma tão portuguesa de olhar para a vida fariam sentido.

Inês de Castro - Rainha depois de morta (Breve Biografia)



Em todos os registos, é realçada a beleza de Inês de Castro, com serenos e garços olhos azuis esverdeados e caracóis dourados, uma figura harmoniosa, alta, ágil, graciosa e fresca.
Destaca-se também a sua voz fina, a pele branca e sensível, as mãos delgadas e delicadas, o seu colo de garça e pescoço comprido que se uniam às suas feições delicadas e ao corpo branco e esbelto para constituir uma mulher refinada, formosa, delicada, elegante e firme que, na sua serena altivez possui muito magnetismo e é digna dos elogios dos maiores poetas.
Numa primeira fase, encontramos uma Inês alegre, faladora e frenética, apesar do passado sofrido. Contudo, a jovem consegue ser reservada, contida e prudente quando as situações o requerem. Ligada à família, apesar de Inês aplicar alguns dos costumes da época, é uma inconformista e uma lutadora, que denuncia as situações que pensa estarem erradas, nomeadamente a sua condição como mulher. A iniciativa e a preocupação com os outros são características muito importantes do carácter sonhador de Inês. No entanto, a rapariga consegue também ser intimidadora e controlar as situações das quais faz parte. Inês é muito irrequieta e desenvolta, alegre e ousada, mas acaba por também se apresentar sensível, inteligente e verdadeira. Adaptável e optimista, a sua curiosidade leva-a a gostar de variados assuntos, alguns deles não muito apropriados a uma dama.
Inês acaba por se tornar solitária, inserida numa atmosfera de interesses em que acaba por ter um papel conciliador. Triste, melancólica e apática, sacrifica-se pelos sentimentos de angústia, dor e vergonha que a martirizam. Apesar do seu fecho em si própria, a sua imaginação e gracejos mantêm-se.
Na nossa opinião, os sentimentos mais marcantes nesta personagem são a sua lealdade, honra, capacidade de amar, arrependimento e noção da realidade, mas podemos observar ainda muitos outros ao longo de todas as situações, como a sua dignidade, prudência, serenidade, ingenuidade, teimosia, independência, docilidade, justiça e convicção, que nos são apresentadas numa terceira parte da obra, em que Inês reata a euforia e energia de outrora.
No fundo, o que está patente é a extraordinária força que guia esta mulher ao longo da sua vida e que se esconde por trás da sua aparência fraca.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Um Romance bem doce…

Nos passados dias de 5 a 15 de Março, em Óbidos, realizou-se o VII Festival Internacional de Chocolate que, sendo o maior evento organizado pelo Município, leva a esta localidade milhares de pessoas atraídas por esse ingrediente mágico: o chocolate.
Em todas as edições há um tema específico para a criação das esculturas em chocolate. Mas, este ano, essa temática foi bem do nosso interesse, daí a referência. Nada mais, nada menos que “Histórias de Amor”, recriando os mais românticos e ao mesmo tempo trágicos pares da história do cinema e da literatura, onde obviamente se enquadra o lendário e maior caso de amor português entre D. Pedro e D. Inês de Castro, os protagonistas deste blogue. Entre outros, também se recriaram os amores dramáticos de “A Bela e o Monstro”, os jovens apaixonados de “Titanic”, o mítico “Corcunda de Notre Dame”, o mundialmente conhecido “Romeu e Julieta” e tantos outros.
Assim, se viu que com um ingrediente bem açucarado, uma pitada de criatividade, uns gramas de dedicação, mais uma mão cheia de emoção, tudo bem remexido pela mão da experiência e, finalmente, polvilhada com história e decorada com amor, se transforme numa bela e doce estátua de D. Pedro e D. Inês.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pedro procura Inês – Um romance intemporal


Atentas a tudo o que se relaciona com a romântica história de amor dos protagonistas do nosso blogue (Pedro e Inês), as Borregas não poderiam deixar de referenciar uma notícia curiosa que passou pelos média e que revela a intemporalidade da história de amor entre Pedro e Inês.
Trata-se, então, de um jovem casal que se conheceu, repentinamente, e que de imediato descobriu uma grande paixão que os unia. Contudo, estes momentos emocionantes de união já pressagiavam algo de trágico tal como a mítica história de Pedro e Inês. Pois, ao que parece, a bela Inês, acidentalmente, saiu da vida de Pedro…
Uma vez que não possuía modo algum de estabelecer qualquer contacto com Inês, este Pedro (que na realidade se chama Rui), sabendo que a sua amada se encontrava pela grande Lisboa, decidiu colar cartazes e publicitar a sua história a fim de retornar aos momentos de paixão com a sua bela Inês.
A sua “campanha de reencontro” tem como lema «PedroprocuraInês». Assim, constatamos como uma das mais românticas histórias da Humanidade, a de D. Pedro e Inês de Castro, se mantém presente nos nossos dias e continua a inspirar gerações de apaixonados…
Com a permissão de Pedro que procura Inês, as Borregas publicaram esta história e convidam-vos a visitar o blogue deste apaixonado: http://pedro-procura-ines.blogspot.com/.